sexta-feira, 10 de abril de 2015

Dica de Ilustradores: Frank Miller

Qualquer fã de quadrinhos conhece o nome Frank Miller, pode até ter várias polêmicas em torno dele, mas ele é visto, pela grande maioria, como um dos grandes responsáveis para transição dos quadrinhos de super-heróis americanos de "coisa de criança" para algo mais. 

Mas eu tenho impressão que muito se fala das HQs escritas por Miller e da forma como ele mexeu profundamente em personagens icônicos como Batman e Demolidor (sim, ele é o tema da semana) e se fala da arte dele em uma proporção bem menor.

Eu acho que isso se dá ao fato de que em algum momento muitas pessoas acham que ele "perdeu a mão", desaprendeu a desenhar ou "ligou o foda-se".

Independente do que se pense de um ou outro dos trabalhos mais recentes (mesmo que não tão recentes assim), Miller é de uma importância imensa para o visual dos quadrinhos.

Eu separei uma série de imagens abaixo que mostram a versatilidade desse artista. 

Ele começa com um traço mais "normal", mais próximo do trabalho padrão de supers, e quando ele passa a ter uma liberdade mais autoral (como no aclamadíssimo Cavaleiro das Trevas) ele traz toda uma estilização inspirada nos mangás, uma arte com uns recortes geométricos que inspirou milhares de quadrinhistas depois dele e uma narrativa visual surpreendente com o uso de onomatopéias e enquadramentos que não influenciaram só as HQs, mas muita coisa no cinema também.

Fora isso, quando ele sai dos super-heróis e faz algo totalmente seu (Sin City) ele mostra um desenho de alto-contraste surpreendente. O visual de Sin City, sem gradação de tom, com aquelas áreas em branco que parecem brilhar mais que qualquer outro papel é algo assombroso.

É claro que tem esse momento em que Frank Miller retorna aos super-heróis com um desenho bizarro (tem alguns exemplos aí) onde as mãos e os pés dos personagens são imensos, onde pouca coisa tem proporcionalidade. Há quem diga que é intencional, há quem diga que é uma crítica a indústria e quem diga que é apenas senilidade. Eu prefiro não entrar nessa seara, o importante é que arte dele e seus quadrinhos merecem um olhar atento.


























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