domingo, 19 de julho de 2015

O que eu não vejo

Esses dias eu escrevi um conto e publiquei pelo sistema de publicação direta da Amazon. É um conto curtinho custa 1,99 e está de graça para quem tem o kindle unlimited.

Comprem lá e comentem na página da Amazon o que vocês acharam. Abaixo a capa, que ficou meio "mística", mas a história não tem esse misticismo todo. E na sequência o começo da história. É um conto meio neurótico, perturbador, fiz pra ver o que conseguia escrever e gostei do resultado.

Ele é bem curtinho pra se encaixar no regulamento do Brasil em Prosa, um concurso bobinho da Amazon e da Samsung.

O link para compra é esse. 


Começou com um clichê. Talvez ela nem tenha dito exatamente isso, mas na cabeça de Raul a voz dela ainda ecoava. Eu vejo tudo. Uma pausa dramática e ele ouvia novamente a pior parte. O que não vejo não aconteceu, nem nunca vai acontecer.
Nada nela inspirava confiança. Uma velha, maltratada pelo tempo e pelo sol, com roupas puídas, talvez tão velhas quanto ela. Equilibrava trêmula em uma mão um guarda-chuva quebrado que a protegia do sol e segurava na outra mão seu baralho velho, seboso e tão desbotado que quase não dava para dizer se era um tarô ou um jogo qualquer de cartas. Raul não tinha nenhuma razão para ter parado ali. Não havia nem um fiapo de lógica para se agarrar. 




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