sexta-feira, 31 de julho de 2015

Y - O último Homem

Já falei que eu passei muito tempo lendo super-heróis e perdi várias daquelas séries que todo mundo elogia, Y - O Último Homem é um desses casos.

Eu inclusive comprei na época que saiu pela panini a maior parte dos encadernados, mas nunca li. 

O bom disso é que agora que a série já está terminada eu pude ler em uma tacada só as 60 edições que saíram ao longo de 6 anos.

A série é boa? É.

Não é aquela coisa que você vai lembrar para o resto da sua vida, mas tudo está certinho ali. A arte é bem básica, na linha do que se tem feito dos anos 2000 para cá (e bem uniforme, quase tudo foi desenhado pela  Pia Guerra), a narrativa é ágil (li de boa em um mês tudo) e a história é correta.

O uso do futuro apocalíptico é um recursão meio básico para histórias longas que funciona em vários sentidos. Tem curiosidade em torno de como o mundo chegou naquele ponto, como as pessoas vivem com isso, a busca para a salvação do mundo e tem "o escolhido".

No caso de Y a história é sobre uma praga misteriosa que matou todos os machos do planeta, todos menos Yorick e o macaquinho Ampersand (Ampersand é o nome desse símbolo &).

A história segue então a estrutura básica, Yorick e Ampersand são a chave para a salvação da humanidade e tem que viajar pelo mundo todo em busca da cura. 

O interessante dessa praga é que o mundo ainda é mais ou menos manejável só com mulheres, mas todos os seres tem um prazo de validade que é o seu ciclo reprodutivo. Então os animais que morrem em meses, sem os machos se extinguem rapidamente e a humanidade tem aí um lapso de uns 80 anos para descobrir uma cura ou desaparecer. 

Outra questão é a passagem do tempo na série, vários anos se passam no decorrer da série e tudo é muito demorado.

Um dos charme é o Yorick em si, um cara meio bobalhão, especialista em truques de "mágicos" de fuga, e apaixonado por uma namorada (possível noiva, ele não sabe ao certo) que estava na austrália quando a praga aconteceu. Então o último homem da terra, ao invés de viver loucas aventuras sexuais se mantém fiel a sua amada e parte em busca de reencontrá-la. 

Assim, a série é o mais tradicional possível em termos de estrutura (é tão "quadrada" e careta que não entendo como até agora não adaptaram isso para uma série de TV na linha do Walking Dead), o fato de ter ganho alguns Eisners mais depõe contra do mercado americano do que a favor da história, mas é uma HQ divertida e o final me agradou muito.

Pra mim, o melhor mesmo da série foi o arco final e em especial a última edição, ali é o momento que a história se mostra um pouco melhor do que as infinitas histórias com esse mesmíssimo roteiro, pra mim a viagem valeu para ver esse fim.








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